A inovação tecnológica ocorrida na sociedade nas últimas décadas exigiu a reconfiguração de antigos processos metodológicos de ensino, o que ocasionou a busca incessante pela mudança do padrão de aprendizado baseado na ótica mecânica e reprodutivista para um aprendizado que se adeque à tendência atual da indústria 4.0. Essa inovação na indústria tem imposto mudanças nos processos de ensino-aprendizagem, em que o aluno precisa possuir habilidades específicas. Tais habilidades, como o pensamento não linear, a autogestão e a auto competência, devem responder às mudanças sociais atuais (PUNCREOBUTR, 2016; WALLNER; WAGNER, 2016). Com base no exposto, surge o termo Educação 4.0, que preconiza a necessidade da educação se alinhar às inovações tecnológicas da sociedade, pois, devido sua abrangência, a educação não deve restringir-se apenas a sala de aula.
Nesse contexto, a chamada Educação 4.0 possui algumas características peculiares, tais como: currículo flexível e contextualizado; novas tecnologias da educação e comunicação (TICs); interdisciplinaridade; transdisciplinaridade; interatividade digital; ensino híbrido; internet das coisas (IOT), ambiente colaborativo; material didático digital, dentre outras características.
Com isso, a Educação 4.0 tem contribuído para o acesso ao ensino e a novas tecnologias da educação, isso sugere que a qualquer momento e em qualquer lugar ferramentas e aplicativos poderão oferecer novas oportunidades de aprendizado remoto. O aprendizado poderá ser personalizado, ou seja, o aluno poderá escolher ferramentas adequadas a sua forma de aprendizagem. O conhecimento teórico pode ser transmitido fora da sala de aula, porém, o conhecimento prático ainda deve ocorrer de forma presencial.
É importante deixar claro que a Educação 4.0 continuará a influenciar na adequação das competências necessárias aos profissionais da saúde (conhecimentos, habilidades e atitudes) e nos desafios e situações que possam surgir em serviço. Sabe-se que esses profissionais encontram-se no limiar de um espaço educacional que exigirá novas estratégias educacionais para sua formação, que transcende o espaço e o tempo.
Seguindo essa linha de raciocínio, as competências docentes na Educação 4.0 estão relacionadas com a capacidade do professor/facilitador em saúde de promover a cultura digital, assim como de participar de comunidades virtuais. Da mesma forma, o professor/facilitador deve repensar tempos e espaços, analisar dados, evoluir resultados e possuir a transdisciplinaridade como uma busca ativa. Outras características, como a criatividade, a dinamicidade, a comunicação e o diálogo devem prevalecer na prática docente. As características supracitadas tornam o aprendizado com o discente cada vez mais motivador e colaborativo, pois, na Educação 4.0, o discente passa do pensamento linear para o pensamento em rede (FÜHR, 2018).